Função de Observador
Nesta função cabe-lhe fazer sondagens sobre as reais necessidades dos membros da igreja e do contexto onde está inserida. Estas podem ser coletivas ou particulares. Daí, então, de posse das conclusões destas, necessidades, poderá instruir a equipe no planejamento, na execução, avaliação e reformulação das metas, objetivos e prioridades educacionais. Tal ação facilitará o preparo dos cursos e materiais que serão usados na qualificação da liderança e dos membros da comunidade cristã.
Para estas sondagens serão necessários alguns métodos, tais como observação pessoal, entrevistas, questionários etc. Na observação pessoal, é importante que o investigador não se interponha entre as pessoas que estão sendo observadas, pois seus comportamentos tendem a se alterar ao se sentirem observadas. Na entrevista, o educador poderá criar uma situação e então estimular os educandos a responderem à situação. Para isso é preciso singeleza e naturalidade. Quando porém se quer usar questionários, é preciso formular as perguntas de maneira clara, de modo que as respostas não sejam vagas. Este método permite investigações em conjunto, que depois devem ser submetidas à interpretação das respostas. Quando se recorrer à informação e à opinião de pessoas, é preciso ter em mente que nem todas estão realmente inteiradas dos acontecimentos na comunidade. Estas informações, porém, são úteis quando se trata de narração de fatos e não de interpretações ou juízos a respeito deles.
É necessário que o ministro ou ministra de educação cristã tenha propósitos e diretrizes definidos em seus trabalhos. Estes propósitos devem ser claros, de maneira que as pessoas o entendam e participem deles. Objetivos claros e específicos são elementos significativos para o ensino. O educador não somente deve querer ensinar por ensinar; é preciso saber onde se quer chegar, ou o que se quer alcançar. Ao educador cabe olhar além das limitações de cada educando e assim delimitar com sua equipe exatamente onde deseja chegar.
Outra tarefa do ministro(a) na igreja consiste em desenvolver entre os membros uma consciência de serviço cristão, a fim de reconhecerem as contribuições feitas por outros membros, procurando levá-los a um envolvimento pessoal responsável. Para atingir este objetivo, será necessário gastar tempo no desenvolvimento de líderes voluntários na igreja.
É preciso ter firmeza e convicção para direcionar a educação religiosa da igreja, pois só assim pessoas serão conscientizadas a assumir sua autonomia e então participar na construção de uma comunidade cujo propósito é a transformação da sociedade. Será necessário estabelecer estratégias para que haja mudança na forma de ensino da igreja. Nesse processo, uma atitude que deve permear o ministro é o de permitir ser conhecido pelo amor e pela verdade que demonstra. Só então poderá ajudar a transformar pessoas.
Nessas circunstâncias, o ministro de educação tem a chance de repensar o processo da educação e sua organização, como defende Gadotti: “repensar a educação é repensar a sociedade”. A educação é um processo interior pelo qual a vida se desenvolve estimulada por ações e influências externas. Assim, cabe ao educador ajudar o educando a reconstruir sua experiência e viver sua vida de modo pleno e frutífero. Isto se dá por meio da humildade. Ela nos faz prestar atenção ao outro, abrindo um espaço onde o outro possa falar, se expor, tornar-se conhecido.
A comunidade cristã tem sido muitas vezes destruída por falta de humildade. A competição tem se tornado norma, esquecendo-se do exemplo final daquele por quem ela existe. Como bem diz Parker Palmer: “O educador precisa de humildade para criar e sustentar o silêncio, no qual refreamos a resposta imediata para possibilitar à pergunta ser realmente ouvida. O professor sem humildade será incapaz de abrir espaço para outra voz que não a sua.”
A humildade leva o educador a descobrir que é no silêncio que o discurso se torna mais verdadeiro. (...)
“Jesus não só compreendeu a mente judia, quanto às suas facções e seitas, mas foi também um mestre na penetração do coração e na compreensão daquilo que se passava no íntimo da cada indivíduo.” – Price
(...)Sua real responsabilidade é organizar, promover, supervisionar e administrar, em cooperação com o pastor ou pastores da igreja, um programa educacional integrado com a realidade da igreja. Este programa deve ir ao encontro das necessidades dos membros. Outra responsabilidade é a de qualificar e colocar os “santos” para trabalhar. Para isso, será necessário criar meios acessíveis à membresia esclarecendo-a sobre a concepção educacional da igreja. No sentido de entender o processo de crescimento espiritual em que o membro da igreja é convidado a ser consagrado, orientado, avaliado e capacitado a se doar para o serviço cristão.