Entrei no hospital apressadamente. Deitada no chão com a cabeça no colo da mãe estava uma jovem de 16 anos, pequenina, pele e osso. Seu nome era Nina. Ela precisava de sangue mas não havia quem doasse.
Pedi que a internassem enquanto eu iria procurar um doador. Tentei muito sem conseguir nada. Todos os dias a batalha era a mesma. A mãe dela me procurava e perguntava: “Tem sangue irmã? Alguém vai doar?”
O grupo de visitadores estava sempre com ela, orando e falando de Jesus, esse mesmo que poderia operar um milagre em sua vida enviando um doador, dando-lhe mais um tempo de vida e, sobretudo, concedendo-lhe a salvação.
E esse milagre aconteceu. Nina aceitou a Jesus! Agora só faltava o doador. Ela definhava visivelmente. Finalmente, depois de uma semana, encontrei um doador. Naquela manhã Nina estava morrendo; fraca, já não falava mais. A enfermeira disse que não poderia dar meio litro de sangue, pois ela morreria no meio da transfusão. Decidiram dar só um pouquinho por causa do seu estado. Deixei-a fazendo a transfusão na certeza de que não a veria mais.
Na manhã seguinte o telefone tocou cedo. “Irmã, a Nina está andando! Sim, ela foi caminhando para o banheiro. Ela andou, sorriu e falou”. Alegres, falávamos: “A ‘morta’ andou!” Sua família a levou para casa. Entretanto, pouco tempo depois Nina morreu.
Mais uma contaminada pela AIDS. Tão jovem.... Viveu pouco, mas o suficiente para conhecer Jesus e Seu poder. Importa que ela andou! E agora ela caminha ao lado de Jesus.
Não podemos desistir de ninguém enquanto existe vida. Há tantos mortos andando ao nosso lado sem Deus, sem salvação. Tantas desistências por pessoas que estão vivas. Tantos missionários, líderes, obreiros, pastores e igrejas abandonadas porque alguém desistiu de orar, de contribuir e de ir…
A “morta” andou! E se você fizer a sua parte, mais “mortos” ressurgirão.
Noêmia Cessito, missionária em Moçambique
Do site www.jmm.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2445&Itemid=277
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